É a base de uma boa estratégia de marketing
É cada vez mais comum ser abordada por empreendedores ou pessoas que
estão a pensar empreender, pedindo-me feedback sobre o seu negócio ou sobre a sua iniciativa na perspetiva do Marketing de Propósito.
Não há nada que me dê mais gozo. Permite-me conhecer outras pessoas, conhecer as suas ideias e olhar para os seus propósitos percebendo como posso ser útil, como posso acrescentar valor.
Muitas vezes a sugestão surge espontaneamente, outras na sequência de uma conversa exploratória agendada para esse fim.
Ofereço-o com a consciência que poderia estar a faturar como serviço.
Por vezes existe um acordo prévio de troca de serviços, mas na generalidade não acontece assim. Mesmo que o contacto não se converta em cliente, nesta abordagem há sempre uma troca, que resulta do encontro de sinergias e oportunidades.
A mais-valia do meu serviço não está na sugestão de caminhos a explorar, mas na condução desse percurso de encontro entre o que pretendemos criar, o que o mercado procura e aquilo que é o nosso propósito. Porque a minha experiência e resultados demonstram que é a melhor forma para sermos bem sucedidos.
A fronteira entre o que devemos dar e o que devemos vender é difícil de estabelecer, mas ela existe quando temos muito claro qual é a nossa proposta de valor: o que fará aquela pessoa, ou conjunto de pessoas, pagar pelo nosso serviço/ produto em detrimento de outro semelhante que esteja gratuitamente disponível no mercado.
Curiosamente, a maior parte das sugestões que tenho dado recentemente vão no sentido de ajudar a identificar o que podem oferecer gratuitamente aos seus públicos. O que é que guardamos de conhecimento e experiência com valor que podemos dar? Um exercício que implica abrir mão do que entendemos que deve ser partilhado apenas em troca de uma remuneração. Porque, por vezes, é na partilha de ideias e soluções que se constrói uma audiência e, por sua vez, que surgem os clientes.
Temos ainda muito enraizadas regras do século passado como “o segredo é a alma do negócio” ou “não ofereças a única coisa que podes vender”. Quando olhamos a indústria do entretenimento vemos que temos disponível online milhões de conteúdos gratuitos e ainda assim milhões optam por subscrever serviços pagos. Porquê? Porque algumas empresas souberam acrescentar valor à disponibilização de conteúdos de entretenimento, que o público valoriza e, por isso, paga por ele.
Oferecer conteúdos, informação relevante e conhecimento gratuitamente, permite criar uma audiência, um conjunto de seguidores que nos consulta e segue porque entende que a informação disponível é relevante e acrescenta valor à sua vida.
Depois é uma questão de estatística. A famosa taxa de conversão. Quanto maior for a nossa audiência, maior será o número de pessoas que se converterão em clientes.
Na verdade, nós podemos ter acesso às melhores receitas dos melhores Chefs e restaurantes do mundo, que nada se sobrepõe à experiência de uma refeição preparada por esse Chef nesse restaurante estrela Michelin.
Hoje proponho-vos um exercício que eu própria tenho praticado:
Identificar que conhecimento, expertise adquiriram ou que produtos e serviços disponibilizam que podem ser oferecidos à vossa audiência, como forma de a capacitar em relação a determinado tema e de alargar a vossa audiência e comunidade de seguidores.
Estamos a falar de dicas, receitas, artigos de reflexão, sugestão de metodologias, programas e desafios semanais/ mensais etc. Neste exercício sugiro que considerem fazê-lo partindo destes dois princípios:
Olhar para o mercado: neste Wikiworld, o tema ou o serviço/ produto que estou a criar pode já estar disponível gratuitamente nas plataformas digitais, por isso é importante perceber de que forma é que se pode acrescentar valor;
Partir do ADN: a minha “receita” resulta da minha experiência, teve a minha mão na sua criação e por conseguinte, oferece resultados que são visíveis e podem ser validados por outros clientes, através de testemunhos que devemos sempre partilhar.
No conjunto dos vossos seguidores, haverá sempre os que, reconhecendo esta diferenciação e valorizando o conteúdo, porque lhes trouxe algo importante para a sua vida, se converterão em clientes.
O mercado, pejado de informação, está ávido de conteúdos com propósito. Vamos construir boas ofertas de propósito.
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