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O propósito como condição de sucesso de uma empresa, marca ou organização

Faz 12 anos que Simon Sinek lançou o seu livro Start with Why o livro que dá origem a um dos Ted Talks mais vistos de sempre How Great Leaders Inspire Action


Simon Sinek com o seu Golden Circle, foi pioneiro a colocar o porquê no centro da equação de uma empresa bem sucedida. Ele explicava que as empresas na maioria sabem o que fazem, o que produzem; algumas sabem como o fazem e isso já as distingue da maioria; e poucas empresas sabem porque o fazem. O porquê é o propósito de uma organização e desde então muitos se têm debruçado para demonstrar como este porquê é determinante para o sucesso de uma iniciativa. O porquê não é o lucro que gera, isso é o resultado, é o impacto que gera.


Impacto e sustentabilidade são termos que já integrámos, no entanto, falar da criação de empresas e organizações com propósito parece estar ainda num universo pouco tangível. Isto é percetível quando me perguntam o que faço e o que é isto do marketing de propósito.


Mesmo aqueles que consultam os meus serviços para criar uma iniciativa alinhada com o seu propósito, têm muitas dúvidas sobre se o mesmo se pode concretizar numa atividade que gera resultados.


Também senti durante algum tempo essa dúvida, que se adensa quando decidi abraçar o desafio de gerir uma organização sem fins lucrativos. Foi um período que me trouxe muito mais que os benefícios tangíveis de uma atividade que gera rendimento. No entanto, não me permitiu manter todas as áreas da minha vida em equilíbrio.


Esta passou a ser a questão que me fez percorrer o caminho até aqui: como desenvolver uma atividade que gera impacto positivo, está alinhada com o meu propósito e permite equilibrar as várias áreas da minha vida?


O que entendemos como propósito está muitas vezes ligado a uma emoção. Propósito encontramos nas ações e atividades que fazemos com prazer. Onde tudo parece estar em sintonia. Onde sentimos ser fácil e natural despender energia e mobilizar outras pessoas e recursos para concretizar o que entendemos ser a nossa missão. Propósito encontramos naqueles momentos da nossa história em que nos sentimos como peixe na água. O espaço onde nos movimentamos sem atrito, onde há desafios vários que resolvemos com resiliência mas sem resistência.

Por isso o meu ponto de partida para desenvolver uma proposta de marketing de propósito é conhecer a pessoa ou conjunto de pessoas que querem dar origem, ou reformular uma empresa ou organização. Começo por pedir para me contarem a sua história, o que pode parecer às vezes um processo intrusivo. Sei que é lá que vamos encontrar os momentos chave que contêm os ingredientes necessários para criar um empreendimento de sucesso. Neste percurso, tento decifrar os valores que orientam a ação, identificar as paixões, as competências, até encontrar o ponto de interceção entre esses mesmos valores, paixões, experiência e conhecimento. Porque é nesse ponto que está o nosso porquê e, consequentemente, aquela que será a nossa vantagem competitiva.

Se o propósito está sempre ligado a uma causa social ou ambiental? Não. Está sim sempre ligado a algo que nos realiza como pessoas porque resulta da integração das diversas dimensões da nossa vida: física, material, espiritual, intelectual, criativa, emocional.


Se tem necessariamente de ser sem fins lucrativos? Não. Deve sim permitir gerar o que entendermos necessário para termos o estilo de vida que desejamos.


Se o propósito permite criar soluções que geram impacto positivo em nós e no que nos rodeia? Sim. O propósito na base de qualquer iniciativa pressupõe o desenvolvimento de ações que impactam positivamente o meio envolvente. E isso também nos realiza.


Fazer marketing de propósito é isto: desenhar estratégias de negócio sustentáveis que partem do que nos realiza como pessoas. Estratégias que integram as nossas diversas dimensões e que permitem criar verdadeiras propostas de valor para o mercado, porque resultam no desenvolvimento de produtos e serviços que impactam positivamente a comunidade. Se geram impacto positivo, têm valor e vão ser bem aceites. É um ciclo virtuoso. Nesta abordagem não há receitas únicas. Há o meu propósito: um encontro entre a minha história, os meus valores, as minhas paixões e o meu conhecimento, que deu origem a uma metodologia de trabalho colaborativa para apoiar a criação da tua empresa, marca ou organização de propósito.


E estamos no momento certo para fazer este percurso. Porque todos os dias há novos estudos que demonstram que o mercado caminha para o aumento da procura por marcas, empresas e organizações que se envolvem ativamente na defesa do mundo que as rodeia.

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Que criam marcas de propósito na era digital


Quando era pequena passava muitas horas dentro de água. Costumava ouvir que um dia iriam nascer barbatanas entre os dedos. Na verdade, era um vaticínio que eu desejava. Na altura o meu herói era o Homem da Atlântida e o filme favorito, o Splash.


Nem barbatanas, nem guelras, nem escamas. Rapidamente percebi que respirar debaixo de água só com muitos quilos em cima de equipamento e um curso de mergulho.


Nos tempos de hoje começam a surgir teorias sobre como o corpo humano se vai transformar nesta era digital, resultado das horas que passamos em frente aos ecrãs do computador ou telemóvel. Desde polegares aumentados a uma curvatura acentuada no pescoço, até um possível aumento da massa cerebral. Imagino as pessoas do futuro como imagino extraterrestres.


Gosto de imaginar cenários, não de os antecipar, que já aprendi que isso só cria ansiedade, mas imaginar para onde vamos como resultado do que vivemos hoje, das decisões que tomamos diariamente neste contexto muito disruptivo.


Faz parte do meu trabalho. Há uns anos que vou lendo estudos de grandes consultoras sobre a digitalização e a inteligência artificial e o que mudará no mundo.


Está tudo em aberto. Mas é certo que os pilares do novo modelo de desenvolvimento já não são os mesmos do modelo que surge com a Revolução Industrial.


A Revolução é outra e nós estamos no meio dela. Sorte ou azar? Como sempre gostei de estudar estes momentos na história, acho que é uma sorte.


Podemos assistir na bancada ou ir a jogo. Ficar na areia ou mergulhar.


Há dois meses a Mckinsey publicava novo estudo sobre o futuro do trabalho na era digital, desta vez o futuro depois da Covid-19: “The future of Work after Covid-19”. De há uns anos a esta parte, esta consultora tem-se dedicado ao tema e agora vem demonstrar como as transformações aceleraram profundamente com a pandemia. O estudo aborda os temas do futuro do trabalho, o comportamento do consumidor e as oportunidades de recuperação económica lideradas pelo aumento da produtividade, resultado do desenvolvimento tecnológico.


Estes estudos têm para mim enorme importância pois estão a ser desenvolvidos pelas consultoras que trabalham com os grandes motores da mudança. Considero importante olhar para estes cenários para que possamos tomar decisões mais informadas, percebendo as oportunidades e ameaças do contexto e quais as fragilidades e fortalezas que apresentamos perante elas.


A tradicional análise SWOT que considero tão importante no trabalho que desenvolvo em conjunto com quem quer dar início a um projeto ou quer alterar o seu posicionamento.


Logo no início do estudo da Mckinsey, no sumário executivo, encontramos muitas projeções que nos impelem a uma reflexão profunda.


Vejamos apenas estes três pontos:


1. O trabalho remoto veio para ficar. Irá implicar uma redução de movimento nos grandes centros urbanos e necessidades de resposta na área da restauração, comércio de rua e transportes. Por oposição alguma destas áreas poderão crescer fora dos grandes centros, em cidades mais pequenas.


2. Comércio online continuará a substituir o tradicional. Cresceu exponencialmente durante o período de pandemia. Quem tinha algumas resistências, deixou de as ter, integrando a compra online no seu dia-a-dia. Esta tendência fará crescer as atividades ligadas à logística de distribuição (economia da entrega).


3. Crescente investimento na automação e inteligência artificial dos processos de produção com robots a substituírem a mão de obra humana. Processo que já estava em curso e que, mais uma vez, a pandemia acelerou. Sobre este ponto o estudo refere que: “As transições no mercado laboral podem ser maiores em escala do que estimamos antes da pandemia, e a taxa de empregabilidade em empregos de baixa remuneração pode diminuir.” Dependendo do ponto de desenvolvimento das economias, os cenários da Mckinsey sugerem que mais de 100 milhões de trabalhadores podem ter que mudar de ocupações em 2030, 12 por cento de aumento face ao antecipado antes do vírus nas economias menos desenvolvidas e até 25 por cento mais, nas economias avançadas. Os mais afetados serão os trabalhadores sem curso superior, mulheres, minorias étnicas e jovens. A empregabilidade em ocupações de baixa remuneração pode diminuir até 2030, pela primeira vez, por oposição às ocupações de salários elevados em setores como o da saúde e das profissões nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, que se continuarão a expandir.


São tendências que trabalho com todos quantos me pedem para pensar ou repensar as suas atividades. Os (meus) heróis do século XXI.


Ainda que o estudo faça referência às oportunidades de crescimento que estas tendências encerram, os heróis que decidem criar uma empresa ou uma organização na transição atravessam desafios acrescidos.


Podemos imaginar que, podendo trabalhar à distância, podemos viver fora dos centros urbanos com mais qualidade de vida. E que com processos de trabalho mais automatizados irá sobrar tempo para disfrutar a vida.


Podemos. Mas os heróis de hoje sabem que não dá para fechar os olhos e abrir com um novo mundo criado.


Têm que criar, com novas regras, com novas ferramentas, muitas vezes a acumular funções que noutros tempos correspondiam a várias profissões. Os empreendedores do século XXI têm uma atividade core e depois paralelamente são marketeers digitais, designers, fotógrafos e muitas vezes ainda tratam da logística de entregas do que produzem. Porque há muitas ferramentas, no entanto, os processos ainda não estão automatizados.


Talvez por isso, neste processo a acompanhar estes novos empreendedores, tenha encontrado uma rede de entreajuda de partilha de experiências, contactos, ferramentas, conhecimento. Neste contexto, há muitos empreendedores a trocarem serviços e a crescer em conjunto, cada um com a sua atividade a trabalhar de forma colaborativa. E eu tenho a sorte de fazer parte dele.


Nem tudo são rosas, todos sabemos.


O roseiral é um lugar bonito, perfumado e com espinhos. Ter noção do contexto e das tendências através de estudos, como aquele que partilho aqui, pode ajudar a evitar os espinhos. Porquê? Porque nos permite começar sempre por olhar para a comunidade onde vamos criar ou para quem vamos direcionar a nossa resposta. Quem são? Quais são as suas necessidades e de que forma a minha atividade pode dar resposta às mesmas? Como criar soluções para problemas existentes? As suas necessidades estão alinhadas com o meu propósito?


Todos os dias conheço novos heróis, personagens reais do novo mundo, que sabem que é preciso mergulhar e perceber que mesmo que estejam a dar origem a uma microempresa, as decisões que tomam diariamente têm impacto nas suas vidas, como nas vidas de quem os rodeia. E, por consequência, têm impacto a nível macro.


Se o impacto que procuramos é positivo, façamos então marketing de propósito.


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Comunicar e criar relações online é possível?

Esta semana participei pela primeira vez num Live do Instagram a convite da Soraia Sequeira, Heart Coach. Conheci a Soraia através da Catarina Antunes, astróloga, num movimento digital que a Catarina criou em plena pandemia a que lhe chamou #uplift com o propósito de elevar o pensamento e discurso num momento muito interpelativo a nível coletivo.


Conheci diversas pessoas nesse grupo com quem estabeleci uma ligação que permanece e que tem dado origem a iniciativas individuais ou de grupo com grande propósito e elevação.


Durante a nossa conversa no Live, houve a sensação de que a Soraia e eu nos conhecíamos há muito tempo, o que nos permitiu uma conversa franca e fluída.


Falámos sobre como surgiu o Clara como Água, uma marca que resultou de um processo de encontro com o meu propósito e que traduz uma proposta de valor materializada em serviços com uma metodologia própria, através da qual, apoio outros empreendedores a fazer o mesmo percurso: criar uma marca e uma atividade em equilíbrio com o seu propósito, conhecimento e objetivos.


O mundo digital acabou por estar em destaque, num claro reconhecimento da importância de comunicar de forma constante, consistente e coerente nestas plataformas para fazer chegar a nossa proposta a quem dela necessita.


Refletimos também sobre a importância da exposição da nossa imagem, um tema muito sensível, como estratégia para passar mensagens importantes. Numa era selfie, sabemos que o público procura e relaciona-se com as imagens nas redes sociais, como se estivesse a folhear uma revista mais ou menos cor-de-rosa, consoante o tipo de utilização que dá às redes. As estatísticas demonstram que uma publicação com a nossa imagem tem mais recetividade, mas também que o conteúdo é mais lido.


Durante a nossa conversa várias pessoas que assistiam ao Live foram colocando questões. Houve uma que, curiosamente, não ficou esclarecida no momento. A questão do Augusto que nos interpelou e deixou a todos um pouco desconfortáveis por não conseguir dar resposta.


Mais tarde o Augusto contactou-me agradecendo a partilha. Também ele, mestre em comunicação estratégica, sente-se motivado a aplicar o seu conhecimento para concretizar um propósito maior. O mais interessante foi que pudemos falar por mensagem sobre a sua questão colocada no Live e que está na origem da sua tese de mestrado.


O Augusto tem refletido sobre se a comunicação sem contacto pessoal, é possível e eficaz ou não. De facto, é uma questão muito interessante para uma tese de mestrado e, apesar de não ser possível apenas num artigo de blogue falar sobre as diversas dimensões da pergunta, houve uma reflexão que me surgiu de imediato: eu ainda não estive pessoalmente com a Soraia. Conhecemo-nos através das plataformas digitais e na verdade sentimos que algo nos liga.


É verdade que nos conhecemos num grupo criado por uma pessoa em quem confiamos, ainda assim, poderíamos não ter estabelecido esta relação. O que nos liga é o propósito de cada uma e a coerência que encontramos entre o que nos motiva, o que nos faz acordar de manhã e a atividade profissional que desenvolvemos. E essa coerência encontramos nas histórias que vivemos e partilhamos nos nossos canais digitais e nos resultados do trabalho desenvolvido.


Por isso o nosso encontro permanece e por isso mantemos relação ... no digital.


A vida digital existe mesmo, já não há volta a dar.


Respondendo ao Augusto: hoje podemos construir uma marca, uma empresa, ou uma organização online e, através das plataformas digitais, criar relação com os públicos para quem se dirige a nossa proposta de valor. O sucesso da atividade online é possível, desde que...


.... essa empresa, organização ou marca tenha um propósito claro, o comunique de forma clara e desenvolva uma atividade em coerência.


Obrigada mais uma vez à Soraia e a quem participou, pelas partilhas e reflexões.





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